terça-feira, 29 de setembro de 2009

Novo local de impacto para a LCROSS

Baseada numa nova análise dos dados recolhidos pelas diferentes sondas que têm patrulhado a órbita lunar nos últimos meses, a equipa científica da NASA responsável pela missão LCROSS anunciou ontem a mudança do local de impacto da cratera Cabeus A para a vizinha cratera Cabeus. A decisão teve como principal motivação garantir o sucesso da missão no que diz respeito à detecção de água na nuvem de ejecta que se espera ser gerada pelo impacto da sonda, e resulta essencialmente de uma nova compreensão das concentrações de hidrogénio existentes na região de Cabeus. Os modelos 3D da superfície lunar obtidos pela sonda japonesa Kaguya, e os dados recolhidos recentemente pelo altímetro LOLA que viaja a bordo da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), foram também cruciais no processo de decisão, uma vez que permitiram identificar no interior da cratera, condições topográficas e de contraste ideais para que a nuvem de ejecta possa ser facilmente observada na Terra por astrónomos profissionais e amadores.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Chegaram os Galileoscopes!

A tão aguardada encomenda de 28 Galileoscopes!
Crédito: Sérgio Paulino.

Chegaram na terça-feira os Galileoscopes que encomendei à 3 meses! Foi uma longa espera para mim e para muitos dos amigos e colegas que mostraram interesse em adquirir estes magníficos telescópios. Devo dizer que superaram as expectativas em termos de qualidade. Vêm desmontados, mas rapidamente se consegue juntar os vários componentes num instrumento educativo de fácil manipulação. É, no entanto, conveniente seguir as instruções que se encontram disponíveis no site Galileoscope.org, uma vez que as que acompanham o telescópio são pouco explícitas.

Montagem do Galileoscope com a imprescindível ajuda do meu filho Gonçalo.
Crédito: Ana Cláudia Paulino.

sábado, 26 de setembro de 2009

Mercúrio à vista!

O crescente de Mercúrio visto a partir da MESSENGER a 4 dias de distância da sua terceira assistência gravitacional.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

Faltam 4 dias para a terceira e última assistência gravitacional da sonda MESSENGER em Mercúrio, manobra que a irá colocar em posição para a inserção na órbita do pequeno planeta programada para o dia 8 de Março de 2011. Nesta terceira passagem, o Sol estará a iluminar praticamente o mesmo hemisfério fotografado pela MESSENGER na anterior passagem, em Outubro de 2008. Os cientistas da missão vão aproveitar esta oportunidade para estudar com maior detalhe algumas das descobertas feitas durante as anteriores assistências gravitacionais.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Água na Lua

Conjunto de imagens de uma cratera recente situada na face mais distante da Lua, captadas pelo espectrómetro M3 da NASA que se encontrava a bordo da sonda indiana Chandrayaan-1. São visíveis na imagem da esquerda porções de terreno que brilham em comprimentos de onda no infravermelho. A distribuição de minerais ricos em água é evidenciada a azul na imagem à direita. A presença destes minerais parece estar associada com ejecta originado na cratera.
Crédito: ISRO/NASA/JPL-Caltech/Brown Univ./USGS.


Foram ontem publicados no site da revista Science os tão esperados artigos que têm alimentado durante esta semana muita discussão na web. Finalmente confirma-se a presença de água na Lua... ou mais correctamente, a superfície lunar não é tão seca quanto se previa.
Com base nos dados obtidos pelo espectrómetro M3 (Moon Mineralogy Mapper) que viajava a bordo da defunta sonda Chandrayaan-1, cientistas da NASA descobriram a existência de moléculas de água e de hidróxilo adsorvidas nas rochas e no solo lunares. Verificaram também que os minerais ricos em água são mais abundantes em latitudes próximas dos pólos lunares. Estes resultados foram confirmados independentemente pelas observações realizadas com outros dois espectrómetros: o VIMS (Visual and Infrared Mapping Spectrometer) da Cassini, durante a sua passagem em 1999; e o espectrómetro existente a bordo da sonda EPOXI (nome pelo qual é conhecida a reciclada sonda Deep Impact), na sua recente passagem em Junho.

Composição da face mais próxima da Lua, realizada com imagens obtidas pelo espectrómetro M3 da sonda Chandrayaan-1. Estão evidenciadas a azul as maiores concentrações de água detectadas. O verde e o vermelho indicam respectivamente, o brilho da superfície lunar medida em radiação infravermelha solar reflectida, e a presença de piroxeno (um mineral rico em ferro).
Crédito: ISRO/NASA/JPL-Caltech/Brown Univ./USGS.


Embora a quantidade de água detectada pelas três sondas seja muito superior à inferida pela análise das amostras de rocha e regolito lunares recolhidas durante as missões Apollo, a concentração de moléculas de água e de hidróxilo nos dois primeiros milímetros de solo lunar (profundidade máxima de penetração dos espectrómetros) não chega a ultrapassar 1 parte por 1000. Apesar destes valores continuarem a ser demasiado insignificantes para viabilizar a permanência de astronautas na Lua por longos períodos, esta descoberta abre novos campos de investigação científica, em particular, no que diz respeito à origem da água na Lua, e à forma como esta interage com os minerais da superfície lunar. A verificação da sua abundância relativa nas regiões polares parece ser também um bom augúrio para o desfecho da missão LCROSS no dia 9 de Outubro.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Missão Phobos-Grunt adiada para 2011

É oficial. A agência espacial russa RosKosmos anunciou ontem o adiamento do lançamento da sonda Phobos-Grunt de 2009 para 2011. Teremos que esperar mais dois anos (até à próxima janela de lançamento) para assistir à partida de uma das mais interessantes missões programadas para Marte. A missão Phobos-Grunt vai incluir entre outros aspectos relevantes, o transporte do módulo LIFE, uma pequena cápsula concebida pela Sociedade Planetária, que visa testar a resistência de alguns organismos terrestres a uma viagem interplanetária.

As cores e as sombras do equinócio de Saturno

Mosaico de Saturno e dos seus anéis, construído a partir de 75 imagens individuais captadas pela sonda Cassini no passado dia 12 de Agosto (pouco mais de 1 dia após o equinócio) a cerca da 847.000 Km de distância. As imagens obtidas durante 8 horas consecutivas, foram exaustivamente reprocessadas e reorientadas, de forma a remover todos os artefactos resultantes não só do brilho das lentes e da dispersão de luz no interior da óptica da câmara, como também do movimento da sonda durante as várias exposições.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

Não consigo deixar de publicar aqui este maravilhoso mosaico construído com imagens individuais de Saturno e do magnífico sistema de anéis, captadas pela Cassini cerca de um dia e meio após o equinócio. A beleza do retrato fala por si.
Iluminado apenas pela luz reflectida das nuvens de Saturno, o gigantesco sistema de anéis seria essencialmente invisível neste mosaico, não fosse o posterior processamento a que a imagem foi sujeita. Visíveis junto ao anéis encontram-se algumas pequenas luas: à esquerda, Jano (179 Km de diâmetro); ao centro, em baixo, Epimeteu (113 Km de diâmetro); à direita, no exterior dos anéis, Pandora (88 Km de diâmetro); e por perto, no interior do anel F, a pequena Atlas (30 Km de diâmetro).

Equinócio de Outono no Hemisfério Norte

Hoje, pelas 22:19 (hora de Lisboa), no seu movimento aparente pelo céu, o Sol vai intersectar a linha imaginária do equador celeste em direcção a Sul, dando início ao Outono no Hemisfério Norte. Esta estação vai prolongar-se por 89,79 dias até ao próximo Solstício que irá ocorrer no dia 21 de Dezembro às 17:47 (hora de Lisboa).

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Os mundos infernais de COROT-7

Representação artística dos mares de lava provavelmente existentes na superfície de COROT-7b. Brilhando no céu, encontram-se os restantes objectos do sistema: a estrela COROT-7, uma anã ligeiramente mais pequena que o Sol; e COROT-7c, o segundo planeta recentemente descoberto.
Crédito: ESO/L. Calçada.

A ESA já havia anunciado em Fevereiro passado, a surpreendente descoberta de um novo exoplaneta telúrico a orbitar a estrela COROT-7. Junta agora interessantes novidades acerca deste sistema planetário único entre os 315 até hoje descobertos.
Fazendo uso do espectrómetro HARPS que equipa um dos telescópios do observatório de La Silla (Chile), astrónomos do ESO mediram com exactidão a velocidade radial da estrela COROT-7. Os dados obtidos permitiram-lhes não só confirmar a presença de COROT-7b numa órbita com um período de 20,4 horas, como também inferir a sua massa. Depois de reunirem cerca de 70 horas de observação da estrela, a equipa de investigadores obteve os valores definitivos da massa e da densidade deste pequeno exoplaneta (o último calculado a partir do valor do diâmetro, já conhecido com base nos dados obtidos anteriormente pelo observatório espacial COROT). COROT-7b possui uma massa cerca de 5 vezes a massa da Terra e uma densidade aproximada de 5,6 g.cm-3 (semelhante à densidade da Terra), valores que o colocam na categoria das super-Terras.
A qualidade dos dados reunidos permitiu ainda à equipa de astrónomos descobrir um segundo planeta no sistema. Designado COROT-7c, este segundo objecto orbita a sua estrela cada 3 dias e 17 horas, e possui uma massa 8 vezes superior à da Terra, o que também o coloca na categoria das super-Terras. A proximidade dos dois exoplanetas à sua estrela deverá no entanto criar condições demasiado extremas para que a vida aí se desenvolva.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

LRO completa inserção na órbita operacional

A sonda americana Lunar Reconnaissance Orbiter completou à poucas horas a manobra de inserção na órbita operacional, dando início à missão primária de 1 ano. A sonda viaja neste momento numa órbita polar a uma altitude de cerca de 50 Km, suficientemente próximo da superfície lunar para que o sistema LROC (Lunar Reconnaissance Orbiter Camera) possa adquirir imagens com resoluções de 0,5 metros/pixel!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Impacto da LCROSS previsto para Cabeus A

Representação artística da fase de separação da sonda LCROSS, da parte superior do foguetão Centauro.
Crédito: NASA.

A NASA anunciou na passada sexta-feira o destino final da missão LCROSS. O alvo para o impacto da sonda e da parte superior do foguetão Centauro que a acompanha será Cabeus A, uma cratera com cerca de 48 Km de diâmetro, localizada perto do pólo sul lunar. A equipa da missão escolheu o local com base num conjunto de características que incluem entre outras, a presença de condições óptimas de iluminação e visibilidade para que a nuvem de detritos formada pelo impacto possa ser observada a partir da Terra, e a detecção em missões anteriores, de elevadas concentrações de hidrogénio no interior da cratera (um forte indício da presença de água).
O impacto da parte superior do foguetão Centauro acontecerá no dia 9 de Outubro pelas 12H30 (hora de Lisboa), na vertente norte da cratera (uma zona permanentemente imersa nas sombras), e será observado de perto pela sonda LCROSS. 4 minutos depois seguir-se-á o impacto da própria sonda exactamente no mesmo local. As duas colisões vão produzir uma nuvem de detritos que pairará até um máximo de 10 Km acima da superfície lunar, o suficiente para possa ser iluminada pela luz solar. Os responsáveis da missão esperam que a manobra possibilite pela primeira vez, a detecção de água no pólo sul da Lua. Prevê-se que o evento seja acompanhado não só por astrónomos profissionais e amadores em vários observatórios astronómicos na América do Norte e no Hawaii, mas também pelo renovado telescópio espacial Hubble. Infelizmente, quando se derem os impactos será dia em Portugal, pelo que será impossível observar a nuvem de detritos a partir de terras lusas.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A chegada do equinócio a Saturno

Imagem do planeta Saturno captada pela sonda Cassini a 12 de Agosto de 2009 (1 dia após o equinócio), a uma distância aproximada de 805.000 Km. Pela altura do equinócio, a sombra dos anéis encontrava-se reduzida a uma fina linha projectada exactamente no equador do gigante gasoso.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

Finalmente encontrei as imagens de Saturno captadas pela Cassini na altura do equinócio. É interessante verificar como a sombra do gigantesco sistema de anéis se reduziu a uma fina linha no equador do planeta.
Poderão ver aqui outras imagens (tal como esta ainda sem o respectivo processamento) das invulgares sombras projectadas pelos anéis durante o equinócio.

A face de Jano

Imagem do hemisfério líder de Jano captada pela sonda Cassini a 26 de Julho de 2009, a uma distância aproximada de 95.000 Km da sua superfície. O pólo sul é visível em baixo perto do terminador.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

De entre as pequenas luas de Saturno, sempre gostei em particular de Jano pela íntima relação que tem com Epimeteu, lua com a qual partilha a órbita em redor de Saturno. Sempre que vejo imagens destas duas luas, costumo imaginar a fantástica visão que seria assistir a partir da sua superfície, ao jogo de trocas orbitais entre os dois corpos, fenómeno que acontece cada 4 anos (a próxima será em 2010). Talvez por isso tenha achado estimulante a recente imagem de Jano captada pela sonda Cassini, onde são visíveis interessantes pormenores da sua superfície, com destaque para uma grande cratera no hemisfério norte, e para o que parece ser um manto de finas partículas de poeira a cobrir grande parte do relevo acidentado (material proveniente do anel de poeira presente nesta região do sistema saturniano?).

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Apollo 12 e Surveyor 3 vistos pela LRO!

Depois de ter fotografado 5 dos 6 locais de alunagem das missões Apollo, a sonda americana Lunar Reconnaissance Orbiter completou a semana passada o périplo pelas missões tripuladas à Lua com uma primeira imagem do local de alunagem da Apollo 12. Mais uma vez, são claramente visíveis os rastos das pegadas dos astronautas Pete Conrad e Alan Bean entre o módulo lunar e alguns dos locais visitados durante as duas EVA's (acrónimo inglês de actividade extra-veicular). A imagem captada pela LRO mostra ainda a Surveyor 3, uma sonda robótica que esteve operacional na superfície da Lua 2 anos antes (entre 20 de Abril e 3 de Maio de 1967), e que tinha como objectivo primário verificar a viabilidade de futuras alunagens das missões tripuladas do programa Apollo.
Situada a cerca de 200 metros do local de alunagem da Apollo 12, a Surveyor 3 constituía um dos pontos de visita programados para a segunda EVA.

Imagem anotada do local de alunagem da Apollo 12, obtida recentemente pela sonda LRO. Os rastos de pegadas dos astronautas americanos encontram-se evidenciados por pequenas setas brancas. É ainda visível na imagem a sonda Surveyor 3 na orla da cratera com o mesmo nome, e o conjunto de instrumentos científicos ALSEP (Apollo Lunar Surface Experiment Package).
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University (anotações: Sérgio Paulino).


Imagem da sonda Surveyor 3 captada pelos astronautas da Apollo 12 a 19 de Novembro de 1969.
Crédito: JSC/NASA.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O estranho caso do desaparecimento dos anéis de Saturno

É hoje o dia em que a Terra vai atravessar o plano em que se encontram os anéis de Saturno; ou seja, da nossa perspectiva, o gigantesco sistema de anéis vai tornar-se praticamente invisível. Lamentavelmente, desta vez o fenómeno não vai poder ser observado nas melhores condições, uma vez que Saturno se encontra nesta altura próximo da conjunção solar (que irá acontecer no dia 17 de Setembro), pelo que hoje o planeta apenas poderá ser visto por breves momentos a ocidente, muito perto da linha do horizonte, logo após o pôr-do-sol.
A partir de agora, a Terra passará a estar voltada para o lado iluminado dos anéis (escondido da nossa perspectiva desde o equinócio de 11 de Agosto). O pólo norte do gigante gasoso irá também mover-se gradualmente na nossa direcção, mantendo-se visível durante os próximos 15 anos, altura em que acontecerá novo equinócio.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Tritão revisitado

Vista das planícies vulcânicas de Tritão, produzida a partir dos mapas topográficos construídos com imagens captadas pela sonda Voyager 2 durante a sua passagem pelo sistema neptuniano, em Agosto de 1989.
Crédito: NASA/JPL/Universities Space Research Association/Lunar & Planetary Institute.

A NASA comemorou a semana passada os 20 anos da histórica passagem da Voyager 2 por Neptuno e pela sua lua Tritão, com a publicação na internet de um conjunto de novas imagens da superfície da lua neptuniana. As belíssimas imagens mostram pormenores da topografia caótica de Tritão.
O último objecto sólido visitado pela Voyager 2 surpreendeu os cientistas da missão, ao revelar não só uma superfície geologicamente activa, como também a presença uma fina atmosfera composta essencialmente por azoto e vestígios de metano. A sonda americana descobriu ainda no pólo sul de Tritão inúmeros gêiseres em actividade, lançando na atmosfera longos jactos de gás e poeira.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

À beira do abismo

Representação artística de um "Júpiter quente" nas proximidades da sua estrela.
Crédito: ESA/C.Carreau.

WASP-18b, um "Júpiter quente" recentemente descoberto em órbita da estrela HD10069 (uma jovem subgigante de tipo espectral F6, localizada a 326 anos-luz, na direcção da constelação da Fénix) revelou ser um verdadeiro quebra-cabeças para os investigadores do projecto britânico Wide Angle Search for Planets. Com um período orbital de apenas 0,94 dias (pouco mais de 22 horas) e com uma massa 10,3 vezes superior à do planeta Júpiter, este gigante gasoso parece encontrar-se numa espiral mortal em direcção à própria destruição (ver artigo publicado na revista Nature).
Tendo em conta o modelo actualmente utilizado para a determinação das interacções gravitacionais de maré dos "Jupíteres quentes" com as respectivas estrelas (baseados nos estudos conduzidos em estrelas binárias e nos gigantes gasosos do Sistema Solar), os investigadores britânicos calcularam que o exoplaneta WASP-18b poderá atingir o seu limite de Roche em menos de um milhão de anos, altura em que a força de maré o desintegrará por completo. O processo terá a sua origem na protuberância de maré induzida pelo exoplaneta na sua estrela, que por sua vez gera um torque que vai drenando momento angular orbital, causando o movimento em espiral do exoplaneta para o interior. A descoberta é de tal forma surpreendente que os investigadores chegam a colocar a hipótese da órbita de WASP-18b se encontrar estabilizada por efeitos gravitacionais desconhecidos. Caso o efeito de decadência orbital seja um fenómeno real, a sua existência poderá vir a ser confirmada dentro de apenas uma década, o tempo necessário para que a dissipação da energia orbital seja directamente mensurável. Apenas o tempo revelará os segredos deste bizarro sistema planetário.