domingo, 28 de março de 2010

Escondido na neblina

Tive à já algum tempo a ideia de experimentar a combinação de imagens de Titã captadas pela Cassini em comprimentos de onda que permitissem espreitar além da densa neblina alaranjada. Aqui têm a minha primeira tentativa.

Duas composições a cores de Titã construídas a partir de imagens captadas pela Cassini, a 16 de Fevereiro de 2010, em diferentes comprimentos de onda. Na primeira composição foram usadas imagens captadas através dos fitros de azul (451 nm), de verde (568 nm) e de vermelho (650 nm). Na segunda foram usadas imagens captadas através de dois filtros de infra-vermelho próximo (889 nm e 938 nm) e de um filtro de azul (440 nm). A primeira composição reproduz o aspecto de Titã em cor natural, enquanto que a segunda mostra os contornos da sua superfície em cor falsa.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composições a cores e montagem de Sérgio Paulino.

Invisível aos sistemas de imagem sensíveis à luz visível, a superfície de Titã é desvendada em toda a sua glória nos comprimentos de onda no infravermelho próximo. A composição em cor falsa que aqui vos trago mostra parte da banda escura que contorna a região equatorial da maior lua de Saturno, em particular, Senkyo e Belet, duas grandes planícies cobertas por um material escuro. Acredita-se que estas regiões estiveram em tempos cobertas por grandes extensões de metano e etano líquido. Até hoje, a Cassini confirmou a presença de grandes massas de hidrocarbonatos líquidos apenas nas regiões mais setentrionais.

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