domingo, 18 de abril de 2010

Relâmpagos em Saturno

Relâmpagos na atmosfera de Saturno captados pela sonda Cassini, a 30 de Novembro de 2009. O filme de 10 segundos resultou da compressão de cerca 16 minutos de observação de um sistema de nuvens, no lado nocturno de Saturno, com cerca de 3.000 Km de diâmetro. Durante os 16 minutos de observação, não foram perceptíveis quaisquer alterações na configuração das nuvens que formam a tempestade. Foram incluídos no filme sons de descargas eléctricas que representam os sinais de rádio detectados em simultâneo pelo instrumento RPWS (radio and plasma wave science).
Crédito: NASA/JPL/SSI/University of Iowa.

A Cassini conseguiu finalmente obter as primeiras imagens de relâmpagos em Saturno! A equipa de imagem teve de esperar pela chegada do equinócio em Agosto de 2009, para detectar o brilho emitido pelos relâmpagos em tempestades no lado nocturno do planeta dos anéis.
Apesar de já terem sido detectadas pela Cassini emissões de rádio produzidas por relâmpagos em Saturno, a luz reflectida no lado nocturno do planeta pelo intenso brilho do sistema de anéis impedia a visualização dos respectivos flashes de luz. Com a chegada do equinócio a Saturno, a geometria de incidência dos raios solares fez diminuir drasticamente o brilho dos anéis produzindo condições favoráveis para a observação dos relâmpagos. As primeiras imagens foram captadas em Agosto de 2009, no seio de uma tempestade que se manteve activa entre Janeiro e Outubro de 2009.
Em Saturno, as nuvens que originam relâmpagos dispoêm-se geralmente em três camadas: uma camada superior de gelo de amónia; uma camada intermédia de ácido sulfídrico e amónia; e uma camada mais profunda de gelo de água. Os relâmpagos têm de se propagar pelas três camadas, que no conjunto atingem cerca de 100 Km de altura. Como a largura da mancha brilhante produzida pelos relâmpagos é proporcional à profundidade do seu ponto de origem, os cientistas da missão calculam, com base nas imagens captadas, que os relâmpagos saturnianos surgem com maior frequência nas duas camadas de nuvens mais profundas (ácido sulfídrico e amónia, e gelo de água). No entanto, aparentemente, os relâmpagos não se formam nas regiões mais profundas do sistema de nuvens, onde a água se encontra em estado líquido.

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