segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Júpiter e Urano em oposição

O céu a leste na região de Lisboa, no dia 21 de Setembro de 2010, pouco antes das 21 horas (hora de Lisboa).
Crédito: Sérgio Paulino/Stellarium 0.10.0.

Júpiter tem dominado os céus durante todo o mês de Setembro. Se olharem para leste nas primeiras horas da noite podem encontrá-lo facilmente brilhando a magnitude -2,9. Amanhã atingirá a oposição, o ponto na sua órbita oposto ao do Sol quando observado a partir da Terra. Este ano esse ponto estará mais próximo do nosso planeta que em qualquer outro momento desde 1963 até 2022, pelo que poderão contar com um brilho cerca de 4% superior ao habitual durante as oposições. A acrescentar a este facto terão o recente desaparecimento da Cintura Equatorial Sul (CES), uma faixa de nuvens acastanhadas que normalmente adorna o hemisfério sul de Júpiter. Enriquecida em cristais de amónia nos últimos meses, a CES tornou-se consideravelmente mais reflectiva, o que acrescenta uns adicionais 4% de brilho à atmosfera do planeta.

O planeta Júpiter visto através do telescópio do astrónomo amador australiano Anthony Wesley, na noite de 30 de Agosto de 2010. Reparem na aparência anómala da Cintura Equatorial Sul.
Crédito: Anthony Wesley.

Muito próximo de Júpiter, terão o distante planeta Urano a atingir também a oposição amanhã. Urano é, neste momento, facilmente visível através de uns binóculos, brilhando com uma magnitude semelhante à das quatro maiores luas de Júpiter.
Durante a oposição, os dois planetas estarão muito próximos do ponto no céu que marca o equinócio vernal, o ponto exactamente oposto aquele em que Sol se posicionará no próximo dia 23 de Setembro (dia do equinócio de Outono). O par encontrará ainda a Lua cheia, na mesma região do céu, na próxima quinta-feira.
Em resumo: um conjunto de belos cenários celestes para esta semana.

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