sábado, 21 de julho de 2012

Cassini fotografa relâmpagos gigantescos no hemisfério diurno de Saturno

Recordam-se da supertempestade que eclodiu no hemisfério norte de Saturno em Dezembro de 2010? Com cerca de 300 mil quilómetros de comprimento no seu pico de actividade, foi o mais espectacular fenómeno meteorológico saturniano alguma vez observado pela Cassini. Durante cerca de 200 dias, a sonda da NASA obteve magníficas imagens de formações de nuvens esbranquiçadas contorcendo-se ao sabor de violentos ventos, e detectou fortes emissões de rádio provenientes de relâmpagos em actividade no interior da tempestade.
Esta semana, a equipa de imagem da missão divulgou uma nova imagem da tempestade onde se vislumbra pela primeira vez em luz visível um desses relâmpagos. Vejam em baixo:

Mosaicos em cores falsas mostrando um relâmpago no interior da supertempestade de Saturno do ano passado. As duas composições foram construídas com imagens obtidas através de filtros para o azul, o verde e o infravermelho próximo. O fenómeno é visível no mosaico da esquerda como um ponto azulado surgindo no meio das nuvens. O mosaico da direita é composto por imagens obtidas 30 minutos depois, altura em que o clarão do relâmpago já havia desaparecido. O evento foi breve e foi apenas registado através do filtro sensível para a luz azul, o que explica a sua cor azulada.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute.

Esta foi a primeira vez que a Cassini fotografou um relâmpago no hemisfério diurno de Saturno. A intensidade do clarão registado na imagem é muito semelhante à observada nos clarões dos relâmpagos terrestres mais intensos. Os cientistas da missão estimam que a energia visível libertada pelo fenómeno deverá ter atingido os 3 mil milhões de watts em apenas 1 segundo! O clarão possuía cerca de 200 quilómetros de diâmetro no momento em que emergiu do interior das nuvens, e deverá ter tido origem numa camada de nuvens mais interior, numa região onde as gotículas de água da atmosfera saturniana solidificam. Na Terra, os relâmpagos são formados numa camada atmosférica com características semelhantes, o que sugere que este fenómeno tem muitas analogias com os seus congéneres terrestres.
Podem ler a notícia original aqui.

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