sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Um retrato de Vesta antes da despedida da Dawn

No passado dia 25 de Julho, a Dawn foi impulsionada pelos seus propulsores iónicos numa espiral ascendente que a tem afastado progressivamente da superfície de Vesta. No dia 4 de Setembro, a sonda abandonará definitivamente a órbita do asteróide e embarcará numa nova odisseia de dois anos e meio em direcção ao planeta anão Ceres. Durante esta fase final da sua estadia em Vesta, a equipa da missão tem aproveitado o tempo extra para realizar algumas observações adicionais, em particular, de regiões próximas do pólo norte, regiões que só agora se encontram iluminadas pelo Sol (relembro que o equinócio vernal de Vesta ocorreu no passado dia 20 de Agosto).
Para assinalar o final de mais de um ano de presença da Dawn na órbita de Vesta, o Jet Propulsion Laboratory divulgou ontem uma espectacular nova animação que simula uma visita às principais maravilhas geológicas do asteróide. O vídeo inicia-se com uma aproximação ao pólo sul e à enorme montanha implantada no centro da gigantesca bacia de impacto Rheasilvia. Depois de atravessar algumas das mais intrigantes crateras vestianas, a visita prolonga-se por Divalia Fossa, um sistema de sulcos localizados na região do equador, por Aricia Tholus, uma montanha no hemisfério norte, e pelas grandes crateras Marcia e Calpurnia, depressões que compõem parte da estrutura conhecida informalmente por "boneco de neve". O vídeo encerra com passagens por Saturnalia Fossa e pelas regiões mais setentrionais do asteróide, aqui ainda ocultadas pelas sombras do Inverno. Vejam em baixo:


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Neil Armstrong: 1930 - 2012

Neil Armstrong, comandante da missão Apollo 11.
Crédito: NASA.

Foi longe de Portugal que soube de uma triste notícia. Neil Armstong morreu anteontem, poucos dias após completar 82 anos. Submetido no início do mês a uma cirurgia ao coração, Armstrong não resistiu a uma série de complicações pós-cirúrgicas.
Homem reservado, a sua vida foi, no entanto, marcada por um evento histórico que será recordado para sempre enquanto existir humanidade. A 20 de Julho de 1969, Armstrong tornou-se no primeiro ser humano a caminhar na superfície de outro mundo. Com o seu acto heróico o Homem quebrou definitivamente as amarras com a Terra, e deu início à exploração tripulada do espaço interplanetário e dos mundos além do nosso planeta, uma aventura que, certamente, teve nas missões Apollo apenas o seu primeiro capítulo.
Até sempre, comandante Armstrong!

sábado, 18 de agosto de 2012

Monte Sharp visto pelo Curiosity: primeiro panorama em alta resolução

O monte Sharp numa composição de três imagens obtidas a 18 de Agosto de 2012 por uma das NavCam do robot Curiosity.
Crédito: NASA / JPL / Emily Lakdawalla.

Eram 13:39 locais (12:56 em Portugal) quando o Curiosity apontou as suas NavCam em direcção ao Monte Sharp (ou Aeolis Mons, como é oficialmente conhecido) para obter as primeiras imagens em alta resolução de toda a sua extensão, desde o sopé até ao topo! Bem... Na verdade, aquele não é o verdadeiro topo desta enorme montanha. Infelizmente, o ponto mais alto do monte Sharp encontra-se mais a sul, além do horizonte visível no mosaico. Para o observar com as suas câmaras, o robot Curiosity terá de escalar toda a encosta norte, uma aventura que apenas poderá concretizar depois de concluídos os seus dois anos de missão. No entanto, não desesperem porque até lá haverá muita acção!
Ontem foram anunciados pela equipa da missão os planos para as próximas semanas. Depois de terminados todos os testes e calibrações aos sistemas e equipamentos do Curiosity (actividades que consumirão pelo menos mais três semanas), a equipa deslocará o robot até ao seu primeiro alvo científico: uma área localizada 400 metros a leste do local de amartagem, designada informalmente Glenelg.

O local de amartagem do Curiosity e Glenelg, o primeiro alvo científico da missão, numa imagem obtida pela Mars Reconnaissance Orbiter.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona.

Os cientistas da missão seleccionaram Glenelg entre outros possíveis alvos porque é o ponto exacto onde se  intersectam três unidades geológicas distintas (para saberem mais pormenores sobre este local, leiam este excelente artigo da Emily Lakdawalla). Para chegar ao local, o Curiosity deverá levar cerca de 3 a 4 semanas. Depois de concluídas todas as observações em Glenelg, o robot rumará para sudoeste, em direcção a um ponto na base do monte Sharp onde uma quebra natural nas dunas permitirá o acesso à encosta íngreme.

Curiosity: impacto do disco térmico visto pela MARDI!

Continuam a chegar imagens espectaculares da entrada do Curiosity na atmosfera marciana. Ontem, o Jet Propulsion Laboratory publicou este belíssimo vídeo que mostra o impacto do escudo térmico na superfície do planeta vermelho visto pela câmara MARDI. Apreciem:


Sequência de 25 imagens (repetidas 5 vezes) mostrando o impacto do escudo térmico do Curiosity na superfície marciana. As imagens cobrem uma área com um comprimento aproximado de 1 quilómetro, e foram obtidas pela câmara MARDI quando o robot se encontrava ainda suspenso pelo paraquedas. A sequência inicia-se com o aparecimento da sombra do escudo no canto inferior esquerdo. O escudo aparece pouco depois do lado direito, e reúne-se com a sua sombra no momento em que embate violentamente no solo.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Um impacto muito recente em Marte

Pequena cratera a sul de Echus Chasma fotografada em cores falsas pela Mars Reconnaissance Orbiter a 06 de Maio de 2012.
Crédito: NASA/JPL/University of Arizona.

A câmara HiRISE da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) observou recentemente esta pequena cratera raiada no planalto a sul de Echus Chasma. O aspecto fresco do seu manto de ejecta indica-nos que deverá ter sido formada por um impacto muito recente. Os ventos marcianos são particularmente eficazes a dispersar os materiais escuros exumados do interior destas crateras e a cobri-los com poeiras mais claras, pelo que estruturas como os raios tendem a desaparecer rapidamente da superfície marciana. No entanto, qual será a idade exacta desta cratera em particular?
Neste caso, os cientistas sabem exactamente quão recente foi o impacto que a formou. Os raios escuros que a rodeiam eram já aparentes numa imagem obtida em 2011 pela câmara de contexto da MRO. Curiosamente, numa outra imagem captada dois anos antes pelo sistema THEMIS da Mars Odyssey, não é visível qualquer mancha escura na região, pelo que esta cratera não terá certamente mais de 3 anos, um mero instante em termos geológicos! Vejam aqui esta cratera em cores naturais.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os vossos nomes na superfície de Marte!

Tal como já havia acontecido noutras missões, a NASA deu-nos a oportunidade de enviar o nosso nome para a superfície de Marte a bordo do Curiosity. Quem aderiu a esta iniciativa teve a honra de constar numa longa lista gravada em duas placas de sílica com 23 milímetros de diâmetro.

Placa de sílica com lista de nomes enviada a bordo do robot Curiosity. No canto inferior direito encontra-se visível parte dessa lista vista ao microscópio (barra equivalente a 10 μm).
Crédito: NASA/JPL.

Em todo o mundo foram enviados 1.246.445 nomes de 246 nacionalidades diferentes. Dos territórios de língua oficial portuguesa chegaram à lista 50.815 nomes: 46.689 do Brasil, 3.899 de Portugal, 74 de Timor-Leste, 55 de Macau, 32 de Angola, 24 de Moçambique, 20 de Cabo Verde, 13 da Guiné-Bissau e 9 de São Tomé e Príncipe. Para todos estes participantes, aqui estão os vossos nomes na superfície de Marte:

A traseira do robot Curiosity com as montanhas da orla da cratera Gale em segundo plano. As pequenas placas de sílica com os nomes de mais de 1,24 milhões de pessoas de todo o mundo encontram-se abrigadas num pequeno compartimento (assinalado com um círculo vermelho) junto à antena de UHF.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Sérgio Paulino.

domingo, 12 de agosto de 2012

Curiosity: primeira semana na superfície de Marte

Faz amanhã uma semana que o Curiosity entrou na atmosfera marciana a uns estonteantes 21 mil km.h-1, para poisar apenas 7 minutos depois no interior da cratera Gale. Como tinha prometido na sexta-feira passada, vou deixar-vos aqui um sumário das actividades realizadas pelo robot durante estes primeiros sóis (cada sol corresponde a um dia marciano, ou seja, 24 horas, 39 minutos e 35 segundos), e dar-vos a conhecer alguns dados oficiais relativos à amartagem, entretanto divulgados pela equipa da missão.
Comecemos pela amartagem. De acordo com a NASA, este momento crucial da missão concretizou-se exactamente às 06:17:57 (hora de Lisboa), cerca de 13 minutos e 48 segundos antes do sinal de confirmação chegar à Terra e a euforia irromper na sala de controlo da equipa EDL (Entry, Descent and Landing). A sucessão de complicadas manobras que conduziram o Curiosity até à cratera Gale realizou-se de acordo com o previsto, colocando o robot a cerca de 2,4 quilómetros da melhor estimativa calculada logo após a amartagem, e a cerca de 6 km do seu destino, o monte Sharp.

Comparação entre o local de amartagem do Curiosity (marcado com um X vermelho) determinado a partir das imagens obtidas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), e a previsão inicial realizada pela equipa EDL (elipse azul clara). São visíveis ainda a estimativa realizada logo após a amartagem (circunferência verde) e as coordenadas determinadas pelo computador de bordo do robot (cruz preta). A ilustração mostra também os locais de impacto das massas de tungsténio usadas como lastro na entrada (marcas negras visíveis na imagem de contexto da MRO) e compara-as com as previsões realizadas pela equipa EDL (elipse e círculos azuis escuros).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/MSSS.

Os locais de repouso final do escudo térmico, do paraquedas, da cápsula e do sky crane foram entretanto identificados numa imagem obtida pela sonda MRO. O escudo térmico embateu no solo aproximadamente 1.500 metros a leste do local onde se encontra o robot. As restantes peças estão numa direcção oposta. O paraquedas e a cápsula caíram a cerca de 615 metros de distância, enquanto que o sky crane formou um leque de destroços a cerca de 650 metros do Curiosity.

Local de amartagem do Curiosity fotografado pela câmara HiRISE da MRO cerca de 24 horas após a sua chegada. Estão assinalados os locais onde repousam as 4 principais peças de hardware que acompanharam o robot até à sua entrada na atmosfera marciana.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona.

Como puderam verificar pela sucessão de espectaculares imagens divulgadas pela NASA durante toda a semana, as operações na superfície começaram pouco tempo depois das rodas do robot tocarem o solo marciano. No sol 1 (a amartagem ocorreu no sol 0 por volta das 15:00 locais), a equipa da missão esteve essencialmente ocupada a abrir a antena de alto ganho e a optimizar as comunicações com a Terra. Foram também testados alguns dos equipamentos científicos, com particular destaque para o Mars Hand Lens Imager (MAHLI), a pequena câmara localizada no braço do robot.
No sol 2, foi erguido o mastro onde se encontram as NavCam e as MastCam, e foram obtidas as primeiras imagens panorâmicas do local de amartagem. A equipa da missão continuou com a calibração da antena de alto ganho, aumentando a velocidade de envio de dados para um máximo de 256 kb.s-1. Esta tem sido a principal razão para a lentidão na chegada de imagens em alta-resolução.
A tão aguardada panorâmica a cores da MastCam foi enviada no sol 3, ainda numa versão preliminar com imagens individuais de 144 por 144 pixels. Entretanto, as versões de 1.200 por 1.200 pixels destas imagens têm estado a chegar aos poucos desde sexta-feira, e já dão para construir um fabuloso mosaico que vale a pena espreitar aqui.
Por fim, o sol 4, o último da semana, foi dedicado inteiramente à instalação de uma nova actualização do software de navegação do Curiosity, e à eliminação das versões anteriores. A nova versão, a R10, inclui todas as linhas de código necessárias para o robot se movimentar na superfície, operar o seu braço robótico e analisar amostras. Esta actividade prolongar-se-à até ao sol 8 e incluirá uma série de diagnósticos ao desempenho dos dois computadores do robot (um deles redundante). As actividades científicas ficarão assim adiadas até ao sol 9, ou seja, até à próxima quarta-feira.
Estamos quase lá!

sábado, 11 de agosto de 2012

Perseidas 2012

Estamos a um dia de atingirmos o pico de actividade das Perseidas, a mais famosa de todas as chuvas de estrelas. Nas últimas horas, observadores em todo o mundo têm estado a reportar mais de 30 meteoros por hora, um número que deverá duplicar ou triplicar amanhã, entre as 13:00 e as 15:30 (hora de Lisboa). As próximas duas madrugadas deverão ser as melhores alturas para a observação deste fenómeno.
Este ano, o radiante das Perseidas terá por perto a companhia da Lua em falcada, de Júpiter e de Vénus, um trio brilhante que adornará ainda mais o espectáculo. Em Portugal, o radiante estará melhor posicionado no céu a partir das 2 da manhã. No Hemisfério Sul, a constelação Perseu não se elevará muito acima do horizonte, pelo que o radiante das Perseidas estará numa posição mais favorável apenas nas horas que precedem o nascer-do-sol.


Posição no céu do radiante das Perseidas, da Lua, de Júpiter e de Vénus na madrugada de 12 de Agosto de 2012, pelas 03:30 (latitude de Lisboa).
Crédito: Sérgio Paulino/Stellarium.

As Perseidas terão a companhia de outras chuvas de estrelas menos prolíficas. Este fim-de-semana, as mais activas serão as Delta-Aquaridas, um fluxo de meteoros com dois radiantes situados na constelação do Aquário. As Delta-Aquaridas são chuvas de estrelas particularmente interessantes, porque têm origem em meteoróides da família do cometa 96P/Machholz, um objecto que muitos investigadores acreditam ser um visitante de outras paragens da Galáxia.

Projecção equatorial do céu mostrando a localização dos meteoros detectados pelo sistema CMOR a 09 de Agosto de 2012 (ler mais sobre este projecto aqui). São visíveis 5 grupos correspondentes às chuvas de estrelas actualmente em actividade (PER: Perseidas; NDA: Delta-Aquaridas do Norte; SDA: Delta-Aquaridas do Sul; PAU: Piscis Austrinidas; ERI: Eridanidas de Agosto).
Crédito: University of Western Ontario.

Consultem este artigo do João Clérigo (astroPT) com óptimas dicas para a observação e para o registo fotográfico destes maravilhosos fenómenos celestes. Boas Perseidas!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Curiosity: novas imagens, incluindo um auto-retrato e uma primeira panorâmica a cores!

Podem (finalmente!) sossegar os mais ansiosos. A NASA divulgou há poucas horas a primeira panorâmica a cores do Curiosity! Apreciem-na:

Panorâmica a 360º em cores naturais do local de amartagem do Curiosity, obtida a 08 de Agosto de 2012 pela MastCam de 34 mm. Versão preliminar construída com 130 pequenas imagens, cada uma com um tamanho de apenas 144 por 144 pixels (cliquem aqui para verem a panorâmica na sua máxima resolução).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

Apesar de impressionante, esta panorâmica é ainda uma pequena amostra do que virá em breve. Devido a limitações na velocidade de transmissão de dados (normais nesta fase da missão), o Curiosity enviou para a Terra apenas pequenas versões de cada uma das imagens obtidas pela MastCam-34. Nos próximos dias, a equipa da missão espera receber as imagens no seu tamanho máximo de 1.200 por 1.200 pixels, pelo que podem imaginar o que nos espera nas próximas semanas!
As sombras projectadas pelo mastro onde se encontram as duas MastCam (a de 34 mm e outra de 100 mm) denunciam a hora tardia a que estas imagens foram captadas. Os halos acinzentados situados nas proximidades do robot são provavelmente fracções do leito rochoso expostas pelos foguetes do skycrane durante a fase final da amartagem. O monte Sharp (local a explorar nos próximos meses) encontra-se exactamente a meio da panorâmica, e exibe já, a esta distância, algumas variações cromáticas interessantes. Nos extremos da panorâmica são visíveis as montanhas da orla setentrional da cratera Gale, as mesmas recentemente fotografadas pelas NavCam.
Entretanto, chegaram também novas versões das primeiras imagens obtidas pelas NavCam logo após o levantamento do mastro. Estas imagens são particularmente interessantes porque mostram o estado em que se encontra o convés do robot, local onde se aninham alguns dos principais instrumentos científicos da missão. Vejam:

Auto-retrato do Curiosity construído com 20 imagens obtidas pelas NavCam a 08 de Agosto de 2012.
Crédito: NASA/JPL/James Sorenson.

Aparentemente, os foguetes do sky crane não lançaram muito poeira sobre o robot. No entanto, tiveram força suficiente para projectar alguns pedaços grandes de gravilha para cima do convés! Vejam uma das imagens do convés na sua máxima resolução:

Gravilha no convés do Curiosity numa imagem obtida por uma das NavCam a 08 de Agosto de 2012.
Crédito: NASA / JPL / Emily Lakdawalla.

Por agora é tudo. Espero trazer-vos neste fim-de-semana um resumo de todas as actividades realizadas pelo Curiosity durante esta primeira semana, bem como o essencial das actividades planeadas para a próxima semana. Até lá gozem este novo vídeo com imagens da MARDI:


Separação do escudo térmico visto pela câmara MARDI durante a descida do Curiosity até à cratera Gale.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Panorama sobre as vertentes da cratera Gale

Esta manhã, o robot Curiosity testou pela primeira vez as suas NavCam, apontando-as para norte, na direcção das vertentes da cratera Gale. Eis uma panorâmica construída por um dos membros do fórum UnmannedSpaceflight.com com as primeiras 4 imagens transmitidas para a Terra na máxima resolução.

As montanhas que delimitam a cratera Gale vistas do local de amartagem do Curiosity.
Crédito: NASA/JPL/James Canvin.

A vista é simplesmente magnífica! Em primeiro plano estende-se parte do leque aluvial que o Curiosity deverá explorar no seu caminho para o monte Sharp. A superfície parece mergulhar depois numa região mais baixa que se prolonga por cerca de 20 quilómetros até à cadeia montanhosa visível ao longe - os limites setentrionais da cratera Gale. As riquezas geológicas do monte Sharp encontram-se na direcção oposta. A grandiosa montanha de 5,5 km de altura deverá ser um dos próximos alvos das duas NavCam. Vamos aguardar!

Magnífico retrato da Terra obtido pelo novo satélite meteorológico europeu MSG-3

No passado dia 5 de Julho, a ESA lançou para o espaço o Meteosat Second Generation-3 (MSG-3), o mais recente membro da frota de satélites meteorológicos europeus desenvolvidos pela agência espacial europeia em associação com a EUMETSAT. Ontem, da sua órbita geostacionária, a 40 mil quilómetros de altitude, o MSG-3 obteve a sua primeira imagem do nosso planeta.

A Terra vista pelo sistema SEVIRIS (Spinning Enhanced Visible and Infrared Imager) a 7 de Agosto de 2012 (cliquem aqui para verem a imagem na sua máxima resolução).
Crédito: EUMETSAT.

A imagem mostra a orbe terrestre nas suas cores naturais. O continente africano surge em destaque, parcialmente encoberto por um manto de nuvens nas regiões junto ao equador e no seu extremo austral. A norte de África, do outro lado do mediterrâneo, encontra-se a velha Europa vestida com as cores do Verão. A costa leste da América do Sul é também visível do lado esquerdo da imagem, iluminada pelos primeiros raios matutinos.
O MSG-3 é o terceiro satélite de uma série de quatro. Com o seu sistema de imagem SEVIRIS, este novo satélite meteorológico irá monitorizar o clima na Europa e em África, contribuindo a cada 15 minutos com um conjunto de imagens em alta resolução da superfície e da atmosfera terrestres.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

WOW! Descida do Curiosity vista pela MARDI!

A NASA disponibilizou há poucas horas as primeiras imagens da descida do Curiosity obtidas pela MARs Descent Imager (MARDI), uma câmara instalada na parte inferior do robot. Aviso desde já que estas são versões preliminares enviadas horas após a chegada da missão à cratera Gale. A MARDI é uma câmara de alta definição com capacidade para captar imagens numa resolução máxima de 1.600 por 1.200 pixels, pelo que nas próximas semanas deveremos ser presenteados com uma versão de qualidade muito superior. Enquanto esperamos por essa versão, apreciemos esta pequena amostra, ainda assim verdadeiramente estonteante.


A descida do robot Curiosity numa sequência de 297 imagens obtidas pela câmara MARDI numa cadência de 4,5 fotogramas por segundo e com uma resolução de 192 por 144 pixels.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

O vídeo inicia-se com uma imagem do escudo térmico a cerca de 15 metros de distância do robot. Nessa altura o paraquedas já tinha sido aberto e o Curiosity seguia a uma velocidade de pouco mais de 550 km.h-1. Durante a descida, o robot vai oscilando por baixo do paraquedas até ao momento em que se liberta da cápsula e liga os propulsores do sky crane. Entretanto, a superfície vai-se aproximando até que, a uma altitude de cerca de 20 metros, os propulsores começam a levantar uma nuvem de poeira. O vídeo termina com o aparecimento de uma roda no canto superior esquerdo. Espectacular!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mars Reconnaissance Orbiter fotografa a descida do Curiosity!

A descida do robot Curiosity vista pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter.
Crédito: NASA/JPL/University of Arizona.

Espectacular! A Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) conseguiu fotografar o Curiosity pouco depois de ter aberto o seu gigantesco paraquedas! Em 2008, a MRO já havia conseguido obter uma imagem da Phoenix durante a sua descida até às planícies de Vastitas Borealis. 4 anos depois, a venerável sonda da NASA repete a proeza, desta vez retratando a chegada do mais recente visitante do planeta vermelho. Que dia magnífico!

Vejam (ou revejam) a explosão de alegria no centro de controlo da missão Curiosity

Para quem não pode acompanhar este evento histórico em directo, deixo-vos aqui um vídeo com os momentos vividos pelos membros da missão antes e depois da confirmação da chegada do robot Curiosity à superfície de Marte.


Curiosity poisou em Marte!

A sombra do robot Curiosity na superfície de Marte. Primeira imagem obtida por uma das câmaras frontais minutos depois da chegada. São visíveis partículas de poeira sobre a cobertura que protege a lente da câmara (esta cobertura deverá ser removida em breve).
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

Correu tudo como era esperado. O robot Curiosity poisou em segurança na superfície de Marte pelas 06:32 (hora de Lisboa)! A loucura irrompeu na sala de controlo da missão no momento em que a confirmação chegou retransmitida pela veterana sonda Mars Odyssey para uma das antenas do Deep Space Network, em Camberra, Austrália. Minutos depois seguiu-se a retransmissão das primeiras imagens duma superfície rochosa e poeirenta localizada algures no sopé do monte Sharp, no interior da cratera Gale.
Novas imagens serão obtidas nos próximos dias à medida que o robot explora o seu novo lar. Parabéns a todos os que tornaram possível esta extraordinária jornada até ao planeta vermelho!

domingo, 5 de agosto de 2012

Curiosity: transmissão em directo da chegada a Marte

Representação artística da chegada do robot Curiosity a Marte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

Estamos a poucas horas da chegada apoteótica do robot Curiosity ao planeta vermelho. A NASA TV já deu início a uma programação especial dedicada ao evento que culminará com a transmissão em directo da amartagem a partir do centro de controlo da missão no Jet Propulsion Laboratory. Podem acompanhar toda a acção aqui:

sábado, 4 de agosto de 2012

Visita guiada aos instrumentos científicos e câmaras do robot Curiosity

O robot Curiosity está a pouco mais de um dia de alcançar o interior da cratera Gale, local onde investigará a presença de compostos orgânicos nas rochas e no solo marciano, preciosas pistas para determinar a habitabilidade do planeta vermelho ao longo da sua história. Para concretizar a sua missão, o robot conta com 17 câmaras e 10 sofisticados instrumentos científicos com capacidade para funcionarem pelo menos durante 98 semanas (cerca de 1 ano marciano). Recentemente, a Emily Lakdawalla da Sociedade Planetária gravou dois vídeos onde realiza uma visita guiada a toda esta panóplia instrumental que equipa o robot da NASA. Vejam em baixo (disponível apenas em inglês):


Curiosity: faltam 2 dias para a chegada a Marte

Na próxima segunda-feira, pelas 06:24 (hora de Lisboa), o robot Curiosity entrará na atmosfera marciana a uma velocidade superior a 20 mil km.h-1. Nos 7 minutos que se seguem, esta magnífica máquina com 899 kg de massa executará uma série de manobras pré-programadas que no final a imobilizarão dentro de uma pequena elipse com 20 por 7 km de dimensão no interior da cratera Gale. Esta será sem dúvida a mais ousada e complexa amartagem alguma vez realizada no planeta vermelho.
Vejam (ou revejam) em baixo os momentos chave desta ambiciosa missão, incluindo toda a acção que se irá desenrolar na madrugada do dia 6 de Agosto.

A viagem do robot Curiosity até ao interior da cratera Gale numa animação criada pelo Jet Propulsion Laboratory.
Crédito: JPL/NASA.