sábado, 22 de agosto de 2015

Um impacto épico em Tétis

Poucas horas depois da sua última visita a Dione, a Cassini sobrevoou a lua Tétis, a uma altitude aproximada de 42 mil quilómetros. Este encontro foi uma oportunidade para a sonda da NASA fotografar o lado ocidental do hemisfério líder de Tétis - uma região que inclui a cratera Odysseus, uma das maiores estruturas de impacto do Sistema Solar.

A cratera Odysseus, num mosaico de 5 imagens obtidas pela sonda Cassini, a 17 de agosto de 2015.
Crédito: NASA/JPL/SSI/Sérgio Paulino.

Odysseus tem cerca de 445 km de diâmetro e cobre aproximadamente 4,5 % da área superficial total de Tétis. A sua profundidade varia, no entanto, entre 6 a 9 km - valores muito inferiores ao que seria de esperar numa cratera com estas dimensões. Esta particularidade resulta da conformação do seu interior com a forma esférica de Tétis, um fenómeno provavelmente provocado pelo lento relaxamento da crusta tetiana ao longo do tempo.

Odysseus recebeu o nome do herói grego de Odisseia, um poema épico atribuído a Homero. Na imagem de cima podemos ver detalhes de algumas das estruturas geológicas mais proeminentes associadas a Odysseus.

A nordeste, junto à orla da cratera, temos Ogygia Chasma, um vale de vertentes íngremes com cerca de 120 km de comprimento. Esta estrutura é provavelmente uma fratura rasgada pelo impacto que formou Odysseus.

No interior da cratera eleva-se um complexo central de maciços montanhosos. Denominados Scheria Montes, estes maciços têm 2 a 3 km de altura e rodeiam uma depressão central com 2 a 4 km de profundidade. Estas estruturas são provavelmente tudo o que resta de um antigo sistema de picos centrais.

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