terça-feira, 15 de setembro de 2015

Plutão em alta resolução

Depois de um interregno de quase 7 semanas, a New Horizons retomou no dia 5 de setembro o envio das dezenas de gigabytes de imagens recolhidas e armazenadas nos seus dois discos rígidos durante o encontro de julho passado com o sistema plutoniano. O mosaico de baixo resulta da combinação de algumas das imagens que chegaram à Terra na semana passada e mostra a face de Plutão com uma resolução de apenas 850 metros/píxel!

Plutão visto pela sonda New Horizons a aproximadamente 200 mil quilómetros de distância. Mosaico construído com 14 imagens obtidas pela câmara LORRI a 14 de julho de 2015 (cliquem na imagem para ampliar).
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute/Sérgio Paulino.

É impressionante a variedade de terrenos revelada pelas novas imagens. À esquerda, na região escura conhecida informalmente por Cthulhu Regio, vemos agora os contornos nítidos de grandes crateras, algumas com uma estrutura interna particularmente complexa. A norte estendem-se o que aparentam ser redes de vales com variações de albedo intrigantes ao longo do seu comprimento. Estas estruturas parecem convergir na direção de Sputnik Planum - a jovem planície que forma o lobo mais ocidental de Tombaugh Regio.

"Plutão está a mostrar-nos uma variedade de formações geológicas e uma complexidade de processos que rivalizam com tudo aquilo que vimos até agora no Sistema Solar", afirmou o investigador principal da missão Alan Stern. São tentadoras as comparações de algumas destas estruturas com as observadas na superfície de outros objetos, como Marte, a Lua ou Europa. No entanto, os cientistas são ainda cautelosos nas interpretações que fazem a partir das imagens que nos chegam da New Horizons.

A sonda da NASA encontra-se agora a pouco mais de 4,9 mil milhões de quilómetros da Terra. Esta imensa distância torna as comunicações muito lentas, o que faz com que o envio dos restantes dados ainda armazenados na sonda seja particularmente moroso. A equipa da missão espera que este processo esteja concluído apenas dentro de 1 ano.

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